Num ano em que o mar é um espaço subitamente contestado, estando significativamente agravada a relação entre os EUA e a China, havendo uma declaração militar daquele Estado prevendo que dentro de 15 anos será a guerra que surgirá entre as duas potências, temos esperança de que o eleitorado americano faça alterar o panorama, conseguindo tornar a recuperar ponderação em quem governa, tendo presente que o desastre é global, se a batalha contra o ataque pelo covid-19 não for vencedora. Mas sendo evidente que o mar exibe uma mutação de ambições, e também de criminalidade inquietante, o interesse português é cuidar de conseguir ter à disposição decisores e meios de que possa dispor, sem esquecer a vontade marítima de sempre.

Numa data em que o problema da relação europeia com as religiões desta vez tem como causa frequente a falta de recursos financeiros para manter os templos, uma situação, por exemplo, visível em França, acontece que entre nós se afirma um movimento no sentido de fortalecer o culto da Nossa Senhora da Nazaré, uma das mais antigas tradições marianas. Trata-se de a Nossa Senhora ter salvo o guerreiro D. Fuas Roupinho, no seu promontório da Nazaré, impedindo que o cavalo que montava se precipitasse no mar. A sua fé, a aparição de Nossa Senhora da Nazaré, e o milagre inspiram não esquecer o martírio que foi, numa data em que não era pacífico o trabalho ao longo da costa, tendo por causa os ataques frequentes, sendo basilar que não há futuro definível sem consciência do passado.(…) in Diário de Notícias, 01/08/2020 continua aqui